Os primeiros anos de vida são, possivelmente, os mais determinantes no desenvolvimento da criança.
A arte pode contribuir muitíssimo para o desenvolvimento da criança, pois é na interação entre a criança e seu meio envolvente que se inicia a aprendizagem.
Por vezes pensamos que a arte começa com o primeiro rabisco que a criança faz numa folha de papel, mas na realidade a arte nos mais pequenos inicia-se mais cedo (Lowenfeld e Brittain, 1977). A arte começa quando os sentidos estabelecem o primeiro contato com o meio envolvente e a criança reage às experiências sensoriais como tocar, cheirar, ver, manipular, saborear e escutar.
Embora a criança se exprima verbalmente ou gestualmente muito cedo, o seu primeiro registo permanente assume com frequência a forma de garatuja. Isto ocorre por volta dos dezoito meses de idade.
Esses primeiros rabiscos denominados garatuja são um importante passo no desenvolvimento da criança, pois é o início do que a levará não só ao desenho e à pintura, mas também à palavra escrita.
Devemos ter conhecimento que o desenho surge de forma espontânea e evolui simultaneamente ao desenvolvimento global da criança.
Para que o educador possa planear de forma adequada as atividades de expressão, é importante que o educador conheça a evolução gráfica da faixa etária em que trabalha. Entre os dezoito meses e os dois anos a criança começa pouco a pouco a perceber que é o lápis que risca o papel, está mais preocupada com os movimentos, os sons e explorações dos novos materiais, o desenho é um simples instrutor motor, os movimentos são totalmente involuntários, desordenados e incontrolados, mas proporcionam prazer à criança.
O mais importante é estimular a produção artística sem fazer comparações, traçando elogios ao que faz.
É assim que as primeiras garatujas apareceram na Sala da Aquisição da Marcha. E que belos artistas estão a surgir! E que prazer lhes dá pegar no lápis e ter um papel para desenhar. E que prazer nos dá, a nós adultos, ver como as crianças o fazem com tanto empenho e vontade.
